quinta-feira, 16 de junho de 2011

NABUCCO, ÓPERA DE VERDI, EM BELO HORIZONTE

O espetáculo tem direção musical e regência de Silvio Viegas. A concepção e direção de cena ficaram a cargo de André Heller-Lopes. Oito solistas de diferentes estados e países foram convidados: Rodrigo Esteves (RJ), Eiko Senda (Japão), Sávio Sperandio (GO), Rita Medeiros (MG), Marcos Paulo (RJ), Cristiano Rocha (MG), Júlio César Mendonça (MG) e Fabíola Protzner (MG).
“Verdi conta em suas memórias que, quando chegou a seu quarto, o libreto caiu de seu casaco e abriu na página que iniciava com o texto: ’Va’ Pensiero sull’ali dorate’. Destino? Difícil dizer… Após ler mais um pouco, tentou dormir, mas não foi capaz. Sentiu sua alma agitada, sentiu nascer de novo dentro de si a energia criativa que o marcaria para toda sua vida. Na estreia, no dia nove de março de 1842, ao término do primeiro ato, o compositor foi aplaudido de pé por vários minutos. Ao final da ópera, com uma ovação raramente vista vinda do público, dos cantores e dos músicos, nascia, de forma definitiva, o compositor Giuseppe Verdi. Miraculoso”.

Além de um grande elenco, a ópera contará com a Orquestra Sinfônica de Minas gerais, o Coral Lírico de Minas Gerais e o Coral Lírico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Mais de 400 profissionais estão envolvidos na produção que também será apresentada no Rio de Janeiro, em julho, no Theatro Municipal do RJ. A montagem é mais uma ação de intercâmbio promovida pela Fundação Clóvis Salgado com outras casas produtoras de óperas no país. Além da circulação para outras cidades, cerca de 20 integrantes do Coral do Theatro Municipal do RJ participam do coro, assim como parte dos figurinos foram produzidos pelo Theatro Municipal de São Paulo.
“Belo Horizonte tem se consolidado como um dos principais centros de produção operística do Brasil. Temos como desafio estimular, ainda mais, a interação entre as produções, otimizando custos e estimulando a circulação das montagens”, destaca a presidente da Fundação Clóvis Salgado, Solanda Steckelberg.

GIUSEPPE VERDI
Guiseppe Verdi nasceu na aldeia de Le Roncole, na Itália, em 1813. Filho de um estalajadeiro, recebeu uma educação rudimentar, mas desde cedo se revelou um talento musical incomum. Antonio Barezzi, um comerciante abastado, tornou-se seu mecena e custeou a educação erudita de Giuseppe em Milão. Mais tarde, em 1839, Verdi casou-se com a filha de Barezzi.
Neste mesmo ano, o compositor estreou sua primeira ópera – Oberto – no teatro La Scala de Milão, com grande sucesso e recebendo, inclusive, encomendas para três novas óperas. Daí surgiram obras como Um Giorno di Regno (1840), que foi um fracasso, e Nabucco, em 1842, que foi o primeiro grande sucesso do compositor. Esta ópera consolidou o prestígio de Verdi e marcou o seu encontro com a soprano Guiseppina Strepponi, sua segunda esposa.
A partir de então, o italiano escreveu 27 óperas, entre elas Macbeth (1843), Rigoletto (1851), Il Trovatore (1853), Um Ballo in Maschera (1859), Aída (1871), Otello (1887) e Falstaff (1893), além do Réquiem (1874) e outras peças do repertório religioso. Graças à diversidade e à qualidade de sua obra, Verdi é considerado o mais importante compositor italiano do século XIX. Em 1897, após o falecimento de Guiseppina, a saúde do compositor entrou em declínio e ele faleceu após um ataque cardíaco, em 1901.

A OBRA
Sinopse
Ato I: Jerusalém
Os judeus oram diante templo de Salomão. O sumo-sacerdote Zacarias entra com Ana, sua irmã, e Fenena, filha de Nabucco, tida como refém pelos judeus. Zacarias avisa ao povo que Javé não vai abandonar o povo judeu. Ismael, chefe militar e sobrinho do rei de Jerusalém, entra com seus soldados e avisa de que Nabucco destrói tudo.
Zacarias espera que haja um milagre e entrega Fenena a Ismael para que ela tenha sua segurança garantida. Ambos são amantes, e se conheceram na Babilônia. Abigail, a outra filha de Nabucco – que também é apaixonada por Ismael – entra conduzindo um exército de assírios para ocupar o templo. Os assírios estão vestidos como judeus. Abigail chantageia Ismael, dizendo que ela salvará seu povo caso ele lhe retribua o amor, mas Ismael não aceita.
Reaparecem os judeus, assustados com a reaproximação de Nabucco, que é enfrentado por Zacarias, que o denuncia por blasfêmia e ameaça executar Fenena. Esta é entregue a Nabucco por Ismael, que é reprimido pelos judeus. Nabucco manda incendiar o templo.
Ato II: O Blasfemo
Palácio de Nabucco, na Babilônia. Abigail acha um pergaminho no qual é dito que ela é filha de escravos e não de Nabucco. Jura vingança a ele e a Fenena, enquanto se lembra de Ismael e acha que ele poderia ter salvado sua vida. Entra o Sumo Sacerdote e avisa que Fenena mandou libertar os prisioneiros judeus, e que, devido à traição, Abigail será nomeada herdeira do trono, ao invés de Fenena.
Em outro local, Zacarias ora e tenta convencer os assírios a esquecerem seus ídolos. Fenena entra nos aposentos de Zacarias, e este tenta convertê-la. Os levitas entram e encontram Ismael, que fora banido. Zacarias perdoa Ismael, por este ter salvado um judeu – Fenena, agora convertida. Abdalo, conselheiro do palácio, entra e avisa Fenena dos boatos sobre a morte de Nabucco, e que sua vida está em risco.
Entra o Sumo Sacerdote e proclama a regência de Abigail. É anunciada a sentença de morte aos judeus. Fenena se recusa a entregar o cetro a Abigail. Inesperadamente, entra Nabucco, toma a coroa e a coloca em sua cabeça. Nabucco diz que derrotou Baal e Javé, e por isso mesmo não é rei. É Deus. Nesse instante, cai um raio na cabeça de Nabucco, que fica louco. Abigail recupera a coroa.
Ato III: A Profecia
Jardins suspensos da Babilônia. Abigail é proclamada regente e é instigada a condenar à morte os judeus, mas, antes disso, Nabucco entra atordoado. Abigail explica que está na função de regente porque o rei está impedido de reinar, e lhe entrega a ordem de execução aos judeus, esperando que ele decrete a morte de Fenena – agora, convertida ao judaísmo. Nabucco assina, mas pergunta sobre o que vai acontecer a Fenena, e Abigail avisa que ela também vai morrer, junto com os outros judeus. Nabucco tenta mostrar o documento a Abigail dizendo que ela é uma impostora, mas ela já o tem em mãos e o rasga em pedaços. Nabucco chama os guardas, mas não é atendido. Sem saída, roga clemência a Abigail, que permanece irredutível.
Enquanto isso, os judeus permanecem descansando do trabalho escravo, diante das margens do Eufrates, e relembram sua pátria perdida. Zacarias anuncia que eles estarão livres do cativeiro em breve, e Javé os ajudará a derrotar a Babilônia.
Ato IV: O ídolo destruído
Nabucco está em seus aposentos e ouve o grito de Fenena. Ao olhar para a janela, vê que ela está sendo executada. Ao tentar abrir a porta, dá-se conta de que é prisioneiro. Neste momento, implora perdão a Javé, rogando-lhe conversão, juntamente como a seu povo. Ao recuperar a razão, entra Abdalo se certifica de que Nabucco é novamente ele próprio, e já está com todas as suas faculdades recuperadas. E tenta buscar o trono.
Os carrascos preparam a execução de Zacarias e de seu povo. Fenena é aclamada como mártir ,e em sua última prece, roga a Javé que a receba no céu. Nabucco acaba com a escravidão dos judeus e anuncia que ele próprio é um deles. A estátua de Baal e destruída e Abigail se suicida, implorando a Ismael que se una novamente a Fenena. O povo reconhece o milagre, e direciona louvores a Javé.

Serviço
Grande Teatro – Palácio das Artes
Dias 19, 21, 23, 25 e 27 de junho
Horários: domingo às 18h e segunda, terça, quinta-feira e sábado às 20h
Ingressos
Valor: R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (*meia-entrada)
Meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos, conforme a lei.
Informações: (31) 3236-7400 (31) 3236-7400

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