quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Coro da OSESP canta Réquiem de Mozart em "Leitura Pública" | Gratuito


CORO DA OSESP
NAOMI MUNAKATA REGENTE

PROGRAMA
WOLFGANG AMADEUS MOZART [1756-91]
Réquiem, KV 626 [1791-3]

O Coro da Osesp, sob a regência de Naomi Munakata, realiza uma leitura pública de excertos do Réquiem de Mozart. Com entrada gratuita, o público poderá subir ao palco da Sala São Paulo e cantar ao lado dos coralistas. Os interessados deverão trazer a sua própria partitura.

Peça de grande força dramática, o Réquiem traduz musicalmente o prenúncio da passagem do gênio de 35 anos. Na época, Mozart estava nos últimos meses de vida, passando por muitas dificuldades financeiras e com a saúde instável. O Réquiem chegou a ser apresentado incompleto poucos dias após a morte do compositor, depois foi concluído por seu ex-aluno, Franz Xaver Süssmay.

A obra será interpretada integralmente no final de novembro, com a Osesp regida por Nathalie Stutzmann (Artista em Residência da Temporada 2013), de 21 a 23 de novembro.

Os concertos da Osesp contam com a realização do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura.
Os ingressos estarão disponíveis na bilheteria da Sala São Paulo a partir da segunda-feira anterior ao concerto, limitados a quatro por pessoa. A partir de cinco ingressos, será cobrado o valor de R$ 2,00 (por ingresso). Devido à grande procura, recomendamos verificar com antecedência se há disponibilidade de ingressos.

SALA SÃO PAULO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (1340 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Ingresso Rápido: (11) 4003-1212; www.ingressorapido.com.br
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 18,00 (611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos).

Aposentados, pessoas acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública têm 50% de desconto, mediante comprovação em todas as atividades.

Orquestra Experimental de Repertório e Coral Paulistano, juntos


A Orquestra Experimental de Repertório (OER) e o Coral Paulistano estarão juntos no palco do Theatro Municipal de São Paulo no dia 3 de novembro, domingo, às 11h, para um concerto comemorativo do centenário de nascimento de Benjamin Britten. sa
O programa traz duas das obras mais importantes do compositor inglês: a Cantata Academica, que será regida pelo maestro titular do Coral Paulistano, Bruno Greco Facio; e a Sinfonia da Requiem, sob a batuta de Jamil Maluf, maestro titular da OER. E também regida por Maluf, uma obra do compositor estoniano Arvo Pärt dedicada a Britten, Cantus in Memoriam Benjamin Britten.
Os ingressos, já à venda, custam entre R$ 10 e R$ 40 e podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br) e na bilheteria do Theatro Municipal (ver horários de funcionamento abaixo).
Benjamin Britten nasceu em Lowestoft, Inglaterra, em 22 de novembro de 1913, Dia de Santa Cecília, padroeira da música. Sua mãe, uma cantora amadora, esperava que o filho, depois de Bach, Beethoven e Brahms, se tornasse o “Quarto B”.
De fato, Britten tornou-se uma figura central da música clássica do século XX. Em 63 anos de vida, compôs mais de 100 trabalhos, que incluem concertos para coral, orquestra, música de câmara e até um balé.
A Cantata Academica, Carmen Basiliense, Op.62 foi composta em 1959 para comemorar o 500º aniversário de fundação da Universidade da Basiléia, onde estreou, em 1960. Dividida em duas partes e treze seções, tem a participação de coral a quatro vozes, quatro solistas vocais e orquestra. O texto, em latim, é baseado em escrituras da Universidade.
O Cantus in Memoriam Benjamin Britten é um cânon em lá menor, escrito em 1977 pelo compositor estoniano Arvo Pärt para orquestra de cordas e campana. A escrita é despojada e baseada em uma simples melodia que, à medida que a peça de apenas seis minutos progride, vai se enredando em uma estrutura cada vez mais densa. Pärt escreveu essa obra como um memorial à morte de Britten, ocorrida em dezembro de 1976, compositor cuja “inusual pureza” era admirada por ele.
A Sinfonia da Requiem, Op.20, é a maior obra puramente sinfônica de Britten, se tornando uma de suas criações mais executadas em salas de concerto. Seus três movimentos (Lacrymosa, Dies Irae e Requiem Aeternam) são tocados sem interrupção, com uma duração total de aproximadamente vinte minutos. Foi escrita em 1940, quando o compositor tinha 26 anos, sob encomenda do governo japonês para comemorar o 2.600º aniversário de fundação do Império. Entretanto, a obra acabou rejeitada, por conta do uso de subtítulos extraídos do réquiem católico. A estreia acabou ocorrendo em Nova York, no Carnegie Hall.
Orquestra Experimental de Repertório - Foi criada em 1990, a partir de um projeto do maestro Jamil Maluf, hoje seu diretor artístico, integrando o Theatro Municipal de São Paulo como um de seus corpos artísticos. Pela OER já passaram mais de 600 jovens talentos, que dela partiram para ocupar postos em orquestras do Brasil e do exterior.
A programação da OER é construída, em grande parte, sobre séries temáticas, que refletem a diversidade do repertório sinfônico de qualidade que, principalmente a partir do século 20, se faz presente nas diversas formas de expressão artística. Entre os prêmios recebidos, destaca-se o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra, em 1997.
Jamil Maluf - Natural de Piracicaba, transferiu-se em 1973 para a Alemanha, onde se graduou em Regência Orquestral na Escola Superior de Música de Detmold. Por quatro vezes recebeu o prêmio de “Melhor Regente de Orquestra”, outorgado pela APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte. Também ganhou o “Prêmio Carlos Gomes” e o “Prêmio Maestro Eleazar de Carvalho". Jamil ainda foi premiado como compositor de trilhas sonoras para teatro pelas peças: “Espias”, “Imago” e “A Mão”. De 2005 a 2009, foi diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo.
Coral Paulistano - O Coral Paulistano foi criado em 1936, por iniciativa de Mário de Andrade, então diretor do Departamento Municipal de Cultura. A proposta era levar a música brasileira ao Theatro Municipal de São Paulo. Tratava-se de uma ideia de vanguarda, já que a elite paulistana desconhecia a importância do movimento nacionalista que contagiava os compositores brasileiros da época.
Marco da história da música em São Paulo, o grupo foi um dos muitos desdobramentos do movimento modernista da Semana de Arte Moderna de 1922. Em 77 anos, esteve sob a orientação de alguns dos mais destacados músicos do país, como o próprio Camargo Guarnieri, além de Fructuoso Vianna, Miguel Arqueróns, Tullio Colacioppo, Abel Rocha, Zwinglio Faustini, Antão Fernandes, Samuel Kerr, Henrique Gregori, Roberto Casemiro, Mara Campos e Thiago Pinheiro.
Foi considerado um dos mais versáteis coros da cidade, além de sua eclética programação a cappella, participa assiduamente das produções operísticas e dos concertos sinfônicos do Theatro Municipal de São Paulo.
Bruno Greco Facio - Paulistano, graduado em composição e regência pelas Faculdades de Artes Alcântara Machado, estudou sob a orientação dos mestres Abel Rocha, Isabel Maresca e Naomi Munakata. A convite do maestro Neschling, tornou-se regente titular do Coral Paulistano em fevereiro de 2013. Em 2011 assumiu a regência do Collegium Musicum de São Paulo, tradicional coro da capital, dando continuidade ao trabalho musical do maestro Rocha. Por 11 anos dirigiu o Madrigal Souza Lima, trabalho responsável pela formação musical de jovens cantores e regentes.

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO
Domingo, 3 de novembro de 2013, às 11h

Programa
Benjamin Britten – Cantata Academica, Carmen Basiliense, Op.62              
Arvo Pärt - Cantus in Memoriam Benjamin Britten                                        
Benjamin Britten – Sinfonia da Requiem, Op.20                                             

Serviço
Orquestra Experimental de Repertório e Coral Paulistano: Homenagem ao centenário de Benjamin Britten
Local: Theatro Municipal de São Paulo
Duração: Aproximadamente 1h, com intervalo de 20 minutos
Capacidade: 1.500 lugares
Sugestão de faixa etária: acima de 10 anos.
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/nº.
Telefone: (11) 3397-0300 / Bilheteria: 3397-0327
Ingressos: R$ 10 a R$ 40 – meia-entrada para estudantes
www.ingressorapido.com.br 

Bilheteria do Theatro Municipal:
De segunda a sábado das 10h às 19h. Domingo das 10h às 17h.
- Nos espetáculos à noite, até o início do evento;
- Em dias de espetáculos pela manhã, a partir das 9h.

Pequena reflexão sobre estudo técnico e conceitos artísticos.


O estudo do piano sempre me causou desconfortos, algo como contraditório, entre os esforços em se desenvolver tecnicamente e o conceito artístico-musical. A ideia musical sempre me pareceu mais natural em sua essência do que a tradução técnica que viabiliza a produção do som. De alguma forma ainda acho isso... Mas a consciência de tornar o fatigante e minucioso processo de aprendizagem de uma obra ao instrumento em algo inseparável do conceito artístico-musical fez daquilo que era uma batalha em algo absolutamente irresistível, recompensa em si. Integrar a música criada interiormente em gesto perfeito para relacionar-se com o instrumento completa o milagre da exata expressão, do som que se quer fazer em som que se faz, em música vivida no silêncio em música que se compartilha.


Fernando Tomimura
Professor na Escola Municipal de Música de São Paulo, Professor na Faculdade Cantareira e Regente na EMESP Tom Jobim. Pianista do Coro da Orquestra Sinfônica de São Paulo.

V Prêmio Incentivo 'Música de Câmara' 2013

V PRÊMIO INCENTIVO ‘MÚSICA DE CÂMARA’ 2013 – REGULAMENTO

1. Dos Objetivos
1.1 Incentivar a formação de grupos para prática camerística, promovendo intercâmbio cultural entre estudantes e apreciadores de música.
1.2 Revelar talentos e propiciar oportunidades à formação de grupos estáveis de Música de Câmara
1.3 Divulgar a atividade de Música de Câmara em geral.
1.4 Desenvolver a prática musical, a performance de palco e a comunicação através dos diferentes repertórios para grupos de câmara.

2. Da Realização
2.1 O Prêmio será realizado dentro das atividades da 53ª Semana da Música, entre os dias 18 e 24 de novembro de 2013. Os dias e horários das apresentações cada conjunto camerístico serão divulgados após o término das inscrições. A fase preliminar será realizada de 18 a 22 de novembro de 2013, no Salão Villa-Lobos, nos horários das 9h; 11h; 14h; 16h e 18h.
A prova semifinal se dará no dia 23 de novembro, no Teatro Procópio Ferreira de Tatuí, a partir das 13h. A fase final será no dia seguinte, 24 de novembro, na mesma hora e local.
2.2 Os alunos da disciplina de Música de Câmara do Conservatório de Tatuí obterão sua média do quarto bimestre de 2012 na disciplina, participando do evento. A nota será o resultado da nota da banca do Prêmio Incentivo. Em qualquer caso de desistência, a média do quarto bimestre dos integrantes do grupo será a nota do professor atribuída no terceiro bimestre dividida por dois.

3. Das Inscrições:
3.1 As inscrições poderão ser realizadas até o dia 5 de novembro de 2013 e serão aceitas mediante o cumprimento dos itens a seguir:
* Ficha de Inscrição devidamente preenchida enviada para comunica@conservatoriodetatui.org.br com cópia de segurança para o professor e para musicadecamara@conservatoriodetatui.org.br
* Providenciar três cópias da(s) partitura(s) que serão tocadas em sua avaliação (só entregar para a banca imediatamente antes de sua apresentação).
* Release do grupo em arquivo Word com máximo de 5 linhas Arial 10 (pedimos confirmar no formulário de inscrição se este já foi enviado anteriormente ).
* Duas fotos artísticas diferentes do grupo todo em arquivo JPEG com nome de todos os integrantes e instrumentação respectiva (pedimos confirmar também se já foi enviado anteriormente).
* Não haverá taxa de inscrição.

4.Das apresentações preliminares
As apresentações preliminares estão disponíveis para facilitar o melhor horário à participação de todos os grupos
I - dia 18 em cinco horários: 9 horas; 11 horas; 14 horas ; 16 horas; 18 horas.
II - dia 19 em cinco horários: 9 horas; 11 horas; 14 horas ; 16 horas; 18 horas.
III - dia 20 em cinco horários: 9 horas; 11 horas; 14 horas ; 16 horas ;18 horas.
IV - dia 21 em cinco horários: 9 horas; 11 horas; 14 horas ; 16 horas;18 horas.
V - dia 22 em cinco horários: 9 horas; 11 horas; 14 horas ; 16 horas; 18 horas.

5. Do Programa
5.1 Cada Grupo poderá executar até 2 (duas) obras de livre escolha originais, arranjadas ou adaptadas para sua formação.
5.2 Cada Grupo não deverá ultrapassar a 10 minutos de duração em sua apresentação.

6. Das Avaliações
6.1 Haverá uma avaliação preliminar geral para todos os grupos.
6.2 De acordo com o item 2.1, haverá uma primeira triagem, da qual serão eleitos os 10 melhores grupos deste ano letivo para participar da fase semifinal do V Prêmio Incentivo no dia 23/11/2013. Destes 10 melhores, após uma nova avaliação, serão escolhidos os cinco melhores grupos do ano de 2013 que deverão apresentar-se no dia 24/11/2013 para a classificação final.
6.3 Os grupos deverão estar presentes pelo menos 15 minutos antes do início do início de sua avaliação.
6.4 As obras poderão ser executadas de memória ou com a utilização de partituras.
6.5 Aos grupos que não cumprirem o regulamento serão aplicadas diferentes penalidades, que poderão implicar até mesmo em sua desclassificação. As penalidades serão amplamente divulgadas após o término das inscrições.
6.6 Haverá indicações para prêmios especiais nas categorias: destaque 2013, release, foto, performance de palco, arranjo , obra original, grupo estreante, torcida.

7. Das Comissões de Avaliação
7.1 Várias comissões compostas por três professores da Área de Música de Câmara do Conservatório de Tatuí atribuirão notas referentes a qualidade da performance de cada grupo durante a fase preliminar. Serão selecionados 10 grupos semifinalistas. Estes deverão se apresentar para uma outra comissão composta de professores que avaliarão e selecionarão os cinco melhores. Para estes será formada uma última comissão julgadora, também de reconhecida idoneidade e competência, que os classificará da quinta até a primeira colocação.
7.2 As decisões das Comissões de Avaliação serão irrevogáveis.
7.3 Não haverá empates.

8. Das premiações
8.1 Todos os componentes dos grupos que se apresentarem receberão um programa do evento como comprovação de sua participação.
8.2 Não haverá premiação em dinheiro.
8.3 Todos os integrantes dos grupos aprovados para a fase semifinal receberão certificados de comprovação.
8.4 Todos os grupos que forem aprovados para a fase final receberão certificados individuais de comprovação.
8.5 Todos os grupos que receberem prêmios especiais receberão certificados individuais em sua categoria.
8.6 Cada integrante premiado do primeiro ao quinto lugar receberá certificado de comprovação para currículo.
8.7 Os grupos premiados até a quinta colocação serão convidados a realizar recitais ou semi recitais especiais durante as Semanas de Música de Câmara de 2014, no Teatro Procópio Ferreira ou Salão Villa-Lobos no Conservatório de Tatuí-SP. Todos os grupos que se destacarem, mesmo nas categorias especiais, poderão ser convidados a participar de apresentações em nome do Conservatório na cidade de Tatuí e região.
8.8 Aos integrantes dos grupos classificados, sejam estes semifinalistas, finalistas ou premiados nas categorias especiais: somente será conferido 1 (um) certificado referente à categoria de maior relevância.
8.9 Serão concedidos os prêmios especiais nas categorias:
- Prêmio Especial - grupo destaque;
- Prêmio Especial “melhor arranjo”;
- Prêmio Especial “melhor release”;
- Prêmio Especial “melhor performance de palco”;
- Prêmio Especial “melhor foto”;
- Prêmio Especial “melhor obra original”;
- Prêmio Especial “melhor grupo estreante”;
- Prêmio Especial “melhor torcida”.

9. Disposições Finais
9.1 Os sete primeiros grupos de fora de Tatuí que forem classificados para a fase semifinal do V Prêmio Incentivo terão alojamento disponibilizado pelo Conservatório de Tatuí durante a realização do evento.
9.2 Aos demais participantes inscritos a Comissão Organizadora não poderá responsabilizar-se pela hospedagem ou alimentação, entretanto, colocará à disposição dos interessados uma lista de endereços e telefones dos hotéis e restaurantes da cidade:

HOTÉIS:
Hotel Del Fiol - Praça da Matriz, 26 - Tel.:15 3251 4275
Hotel Gramado - Rua Vidal Manoel Cleto, 341 - Tel.: 15 32512216
Hotel Tatuí - Rua 13 de Maio, 472 – Tel.: 15 3251 3641
Hotel Bela Vista - Rua Vice-Prefeito Nelson Fiuza, 361 - Tel.:153641
Pousada Prudente - Rua Prudente de Moraes, 470 - Tel.:15 32519286
Hotel Planalto - Rua Vice-Prefeito Nelson Fiúza, 1100 - Tel.:15 32516936

RESTAURANTES:
Doca's – Rua XI de Agosto, 87 - Tel.:15 3251 2208
Gourmet – Rua José Bonifácio, 713 - Tel.: 15 3251 5113
Marcelo's – Rua José Bonifácio, 676 - Tel.:15 3251 7219
Paladar – Rua São Bento, 746 - Tel.:15 3259 1876
Tai-Chi-Chuan – Rua 13 de Fevereiro, 537 - Te.:15 3251 7374
Anísio – Rua José Bonifácio, 186 - Tel.:15 3251 1258
Lá em Casa – Rua Cel. Aureliano de Camargo, 901 - Tel.:15 32511986
Tropical – Rua Santa Cruz, 1010 Tel.: 15 3251 3153
Sushiya – Rua 13 de Fevereiro, 713 - Tel.:15 3251 7716

9.3 Os casos omissos serão resolvidos pela organização do evento e direção da AACT.
9.4 Mais informações poderão ser obtidas pelo telefone 15-3205 8444 (Conservatório de Tatuí).


Tatuí, 16 de outubro de 2013.

Secretaria de Estado de Cultura lança edital do Programa Cena Minas e aumenta premiação em 27%


Destinado a incentivar o Teatro, Dança e Circo, o Programa promovido pelo Governo de Minas Gerais, terá seu alcance ampliado. A sexta edição do Cena Minas irá contemplar 54 projetos selecionados nas categorias de Manutenção de Espaços Cênicos, Circulação de Espetáculos Cênicos e Aquisição de Equipamentos e Materiais.
Acaba de ser lançado, na quinta-feira (24/10), o edital Cena Minas (Prêmio de Artes Cênicas de Minas Gerais). Em sua 6ª edição, o programa abre espaço para artistas, grupos e companhias de teatro, dança e circo de todo o estado de Minas Gerais participarem do projeto de seleção.

O programa irá contemplar projetos em três categorias: Manutenção de Espaços Cênicos, Circulação de Espetáculos Cênicos e Aquisição de Equipamentos e Materiais. As inscrições ficarão abertas no período de 24 de outubro a 09 de dezembro de 2013.

Novidades

Atendendo a uma demanda apresentada pela classe artística, a premiação desta edição teve um aumento de 27% em relação à edição anterior. Com isso, o Cena Minas recebeu um incremento de R$363.000,00 no valor total repassado aos projetos. O número de projetos beneficiados nesta edição também irá aumentar de 45 para 54 propostas.

A reivindicação de aumento no valor do prêmio chegou à Secretaria de Estado de Cultura por meio do Fórum Permanente de Avaliação do Prêmio Cena Minas, constituído por representantes de instituições, artistas independentes e gestores públicos de cultura. Com isso, será concedido cerca de R$ 1,7 milhão em prêmios, contemplando projetos de várias regiões de Minas Gerais.

“O Governo de Minas tem buscado o permanente diálogo, escuta e integração dos diferentes segmentos da cultura para a construção colaborativa de políticas públicas que, efetivamente, atendam às demandas. O esforço para garantir o aumento da premiação do Cena Minas confirma nosso interesse em atender às diferentes regiões de nosso Estado, garantindo, assim, maior fruição das diversas e significativas manifestações culturais das artes cênicas no Estado”, afirma a Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras.

Além disso, houve aumento no percentual de projetos do interior que deverão ser aprovados. O índice, que era de 45% na última edição, passou para 65%. Isso significa que, pelo menos 65% do montante de propostas enviadas por grupos e artistas do interior do estado serão aprovadas nesta edição, garantindo a descentralização dos recursos públicos, atingindo as diversas regiões do estado.

Sobre o Edital

O edital completo está disponível logo abaixo deste texto. Podem participar pessoas físicas e pessoas jurídicas (de natureza prioritariamente artístico-cultural) com ou sem fins lucrativos, coletivos, grupos e companhias artísticas permanentes de teatro, dança ou circo. Todos devem contar com, no mínimo, um ano de efetiva atuação devidamente comprovada na área de artes cênicas. Toda a documentação exigida no edital e o projeto poderão ser entregues, pessoalmente, na Secretaria de Estado de Cultura ou enviados pelos Correios, via sedex com AR.

A premiação será distribuída por categorias, sendo:

Categoria I - Manutenção de Espaços Cênicos

Total da premiação: R$ 600.000,00, distribuídos em 15 prêmios de R$ 40.000,00. Serão contemplados 5 espaços de cada área(Teatro, Dança e Circo).

Categoria II – Circulação de Espetáculos Cênicos

Total da premiação: R$ 630.000,00, distribuídos em 21 prêmios de R$ 30.000,00. Serão contemplados 7 espetáculos já estreados em cada área(Teatro, Dança e Circo).

Categoria III – Aquisição de Equipamentos e Materiais

Total do investimento: R$ 468.000,00, distribuídos em 18 prêmios de R$ 26.000,00. Serão contemplados 6 grupos de cada área(Teatro, Dança e Circo).

Em caso de dúvidas, os proponentes poderão entrar em contato através do e-mail cenaminas@cultura.mg.gov.br ou pelos telefones (31) 3915-2660/3915-2673.

Sobre o Cena Minas

Criado para incentivar grupos de Teatro, Dança e Circo, o Prêmio Cena Minas tem entre seus principais objetivos estimular a produção; incentivar a pesquisa de linguagens; favorecer a circulação; beneficiar diretamente a população e agentes culturais das diversas regiões do Estado, além de contribuir para a formação de público, facilitar o acesso ao conhecimento e a produções de qualidade.

Em 5 edições, contemplou 181 projetos, com investimento de mais de R$ 5,5 milhões. Grande parte dos projetos apresentados tem sua execução preferencialmente realizada pelo interior do Estado, com uma média de 116 cidades contempladas, por edição, com ações do prêmio.

A 6ª edição do Cena Minas – Prêmio de Artes Cênicas de Minas Gerais é realizada pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com o Instituto Cultural Sérgio Magnani, viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

Sobre o Instituto Cultural Sérgio Magnani

O Instituto Cultural Sergio Magnani (ICSM) é uma associação sem fins lucrativos voltada à gestão financeira, administrativa e operacional de ações e projetos essencialmente culturais. Fundada em 2004 e, posteriormente, qualificada como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), atua como um dos elos entre a execução das políticas públicas do estado para a cultura, parceiros da iniciativa privada e a sociedade civil, exercendo papel fundamental de facilitador dos processos e otimizador de recursos.

Redes Cena Minas:

Facebook - www.facebook.com/CenaMinas
 Twitter - @CenaMinas
 Instagram - @CenaMinas

Serviço:

Secretaria de Estado de Cultura lança edital Cena Minas - Prêmio de Artes Cênicas de Minas Gerais
 Inscrições: de 24 de outubro a 09 de dezembro de 2013.
 Local: Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais - Superintendência de Ação Cultural - Prêmio Cena Minas – 6ª edição
 Endereço: Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n° Prédio Gerais– 5º andar – Serra Verde / Cidade Administrativa – Belo Horizonte/MG - CEP: 31.630-901
 Horário: das 10 às 16h (de segunda a sexta-feira)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Teatro Sérgio Cardoso de São Paulo recebe projetos para 2014


Orquestra Sinfônica de Bucareste oferece aulas gratuitas


A Orquestra Sinfônica de Bucareste ministrará aulas gratuitas de violino, viola, violoncelo, clarinete e flauta, na Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp). Promovidas pelo Mozarteum Brasileiro, as oficinas acontecem no dia 5 de novembro, das 10h às 13h. A mesma orquestra se apresentará nos dias 5 e 6 de novembro na Sala São Paulo.

Comandada pelo francês Benoît Fromanger, a orquestra é aclamada na Romênia por fomentar a música clássica da região. Eles se apresentarão na Sala São Paulo, nos dias 4 e 5 de novembro.
  
É possível participar como aluno ativo ou ouvinte, com inscrições pelo site da Emesp. Mais informações pelo telefone (11) 3815-6377.

Serviço

Masterclasses da Sinfônica de Bucareste
Ter 05/11 das 10:00 às 13:00
Entrada franca

Escola de Música do Estado de São Paulo - EMESP
http://www.emesp.org.br
Largo General Osório, 147
Luz - Centro
São Paulo

(11) 3585-9888

21 livros de Fernando Pessoa para download

 

O portal Dominio Público, através da biblioteca digital do Ministério da Educação, disponibilizou para download 21 obras do escritor português Fernando Pessoa.

São poemas, prosas e ensaios em pdf para download, escritos pelas múltiplas personalidades e heterônimos do poeta.
Pessoa também foi empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário. Por ter crescido na África do Sul também escrevia perfeitamente na língua inglesa.
Dentre as obras que o leitor pode usufruir estão ‘Poemas de Álvaros de Campos”, “Cancioneiro”, “Poemas de Ricardo Reis” entre outros clássicos.
Acesse as obras clique aqui

Arte e cultura mudam representações sobre a periferia


O termo “periferia” já passou por muitas mudanças, envolvendo desde a academia, a política e as artes. A definição de periferia foi usada primeiramente pelos intelectuais universitários, sendo tomada e ressignificada pela cultura musical e, por fim, foi levada para o cinema. Além disso, pesquisa realizada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) pelo cientista social Tiarajú Pablo D’Andrea, busca entender o papel e a importância dos coletivos artísticos, assim como o conceito de sujeito periférico.

Viver na chamada periferia e presenciar as mudanças ocorridas estimulou o cientista a iniciar sua pesquisa cujo objetivo, segundo ele, é “entender alguns processos sociais ocorridos nas periferias paulistanas nos últimos vinte anos, as disputas entre distintos agentes sociais com relação ao termo periferia, a importância da produção artística destes locais e a constituição do orgulho periférico que veio a redundar no sujeito periférico”. O resultado foi a tese de doutorado A Formação dos Sujeitos Periféricos: Cultura e Política na Periferia de São Paulo.

O uso do termo

Primeiramente, o estudo buscou entender o termo periferia e o que estava por trás dele. “De acordo com a tese, de mais ou menos 1960 até 1993, a academia possuía a preponderância da explicação do fenômeno periferia. Eram intelectuais de distintas áreas como sociologia, antropologia, geografia, economia, história e urbanismo que conflitavam entre si para obter a explicação mais aceita, mas tudo se passava dentro das formulações da academia”, explica. A mudança aconteceu em 1993 com o lançamento do álbum Raio-X Brasil, do grupo de rap Racionais MC’s. Com isso, a preponderância passa para os moradores desses bairros periféricos, assim a expressão da periferia fica a cargo da arte e não mais apenas pela via científica. O impacto causado pela produção artística foi capaz mudar a forma de pensar e enxergar a periferia.

“A preponderância periférica sobre o fenômeno periferia durou mais ou menos até o ano de 2002, quando o lançamento do filme Cidade de Deus fez com que a Indústria do Entretenimento passasse a possuir a preponderância das representações sobre o que seja a periferia”, relata. O filme abre as portas para novas produções cinematográficas e televisivas sobre o tema. Ou seja, a partir de 2002 a produção sobre a periferia encontra concorrência na Indústria do Entretenimento.

Nos anos 1990, o uso do termo periferia tomou forma política por seus moradores e foi popularizado. O início do uso se deu pelo movimento hip-hop, sendo adotado depois por outras expressões artísticas e culturais, como nas rodas de samba, saraus, cineclubes, grupos de teatro, etc. “O termo tinha um caráter de denúncia, pois mostrava à sociedade a realidade ou a verdade, criticando com isso o pensamento hegemônico neoliberal de princípios dos 1990 que pregava o “fim da história” ou o “fim das classes”, explica D’Andrea. A denúncia, como crítica ao pensamento hegemônico, mostrava majoritariamente dois aspectos: a violência e a pobreza. Segundo o pesquisador, a afirmação por meio desses aspectos significava pautar um processo de superação deles. Desta forma, a periferia continha e negava a violência e a pobreza. “Hoje o significado do termo periferia foi alargado, sendo que o mesmo se entende contendo em seu âmago, pelo menos, quatro significados: violência, pobreza, cultura e potência”, conclui.

A arte na periferia

Também foram estudados os possíveis motivos para o grande aumento de atividades artísticas na periferia nos últimos 20 anos. Para esse fenômeno há várias explicações. Segundo o pesquisador, a arte foi usada como pacificação, como uma saída para a espiral de violência da década de 1990. Na mesma linha, a produção artística também foi usada como sobrevivência material, ou seja, o ganho de renda por meio da arte era uma alternativa entre a exploração capitalista e as atividades ilícitas. Os coletivos artísticos também estavam ligados à participação política e eram procurados por aqueles que desejavam o engajamento com essas questões. Mais uma motivação para a produção artística é a emancipação humana, isto é, a arte era usada de modo a contribuir para a humanização dos moradores de áreas periféricas.

A soma desses fatores levou a uma explosão de coletivos artísticos. A contribuição desses coletivos foi essencial no sentido de criar um certo orgulho de se morar na periferia e a identificação com o pertencimento à periferia. “O sujeito periférico é aquele que por meio da percepção de sua condição e da superação do estigma age politicamente pra transformar a sua realidade, seja incidindo nas condições de moradia, por melhores condições de saúde, de educação, de transporte e de cultura”, explica.

Além disso, o pesquisador pôde detectar diversos outros fenômenos nas regiões periféricas da cidade, como o surgimento do PCC, o aumento no número de evangélicos, o crescimento da presença de Organizações Não Governamentais (ONGs), o aumento da presença estatal, o Lulismo como forma de governo e uma construção da história da periferia, assim como um orgulho de viver na região. O estudo busca compreender melhor aspectos da periferia e assim dar respaldo para promover transformações no local.

Mais informações: email tiaraju.dandrea@usp.br


Agência Usp.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A última entrevista de Vinícius de Moraes


O poeta e compositor morreu alguns meses depois de ter concedido a entrevista ao jornalista Narceu de Almeida Filho, em 1979

Quando o jornalista Narceu de Almeida Filho bateu este longo papo com Vinícius de Moraes, em sua casa, bem situada numa tranquila rua da Gávea, no Rio de Janeiro, não poderia imaginar que, no momento da edição da entrevista, o Poetinha já não existisse mais. Vinícius estava todo animado, layout novo, de cabelos cortados, barba raspada, vestido elegantemente e sem o seu famoso boné que o acompanhou durante muitos anos. Havia emagrecido vários quilos e abandonado temporariamente as excursões musicais para dedicar-se, novamente, à poesia. Poeta do amor, Vinícius estava ainda em lua-de-mel com sua mulher, Gilda, a quem conheceu na Europa, onde ela estudava. Entre pilhas de livros, discos, um violão, dois conjuntos de som e objetos de arte, ele falava de seu objetivo maior no momento — “fazer feliz essa moça” — e olhava, apaixonadamente, para a mulher sentada ao seu lado. A entrevista foi publicada no livro “As Entrevistas de Ele Ela”, editora Bloch.

Vinícius, você andou meio desaparecido, ultimamente, viajando muito. Como você está agora?
Eu estou bem, de um modo geral. Tenho uns problemas de dieta, para regularizar o metabolismo do meu açúcar, que é um pouco alto. Agora vou tirar umas férias e passar um mês em Punta del Este, dar uma descansada e terminar meus livros de poesia, que estão parados há quatro anos por causa desse negócio de shows. Foram quatro anos de pauleira o tempo todo, muita viagem, principalmente no Brasil e na Argentina, mas também na Europa. No ano retrasado estivemos na Itália e de novo no Olympia, em Paris. Agora fizemos mais ou menos o mesmo roteiro e incluímos Londres, onde eu não havia trabalhado ainda. Para mim foi uma surpresa muito boa, porque o show teve bastante sucesso. Do ponto de vista profissional, o ano foi ótimo, ainda que tenha me deixado um pouco de língua de fora… Mas tudo bem.
E agora você entra em férias para trabalhar?
É, férias para ver se escrevo um pouco. Esses livros estão realmente muito atrasados.
Quais os livros?
São dois livros. Um deles é o que venho escrevendo sobre o Rio de Janeiro. Há uns 25 anos que trabalho nesse livro. O outro são os poemas escritos de 1960 para cá, porque nesse tempo todo eu não publiquei nada de poesia, a não ser algumas edições especiais que fiz na Bahia, na editora do Calazans Neto. Uma delas é a “História Natural de Pablo Neruda”, que fiz quando ele morreu. Agora vou reunir esses poemas escritos a partir de 1960 e completar o livro, que tem um título meio contabilístico — “O Dever e o Haver”. É uma prestação geral de contas, do que foi feito, do que deixou de ser feito.
Esses dois livros que você vai publicar serão, em termos de poesia, a sua palavra final?
Eu considero esses dois livros uma espécie de limpeza geral da casa, sabe. Depois disso, se ainda tiver alguma coisa a dizer, terá de ser uma coisa realmente nova. Do contrário, eu paro de escrever. Para mim não é mais fundamental escrever. O que foi dito foi dito, e é, digamos, o meu recado de poeta. Não sei se terei algo de importante a dizer. E, se não tiver, prefiro não dizer. Escrever por escrever, simplesmente, é uma coisa que não farei em hipótese alguma.
Você tem algum método de trabalho permanente, periódico, ou escreve somente quando baixa a inspiração?
É, eu escrevo somente quando a coisa vem. Teve uma época da mocidade, até aí pelos 30 anos, em que eu escrevia muito, tinha necessidade, aquela compulsão de pegar o papel e sentar para escrever. Até os 40 anos foi mais ou menos assim. Depois começou a escassear, a rarear. E veio o período de música popular, que foi muito importante para mim.
Você ficou famoso como poeta muito cedo, antes dos 20 anos, não foi?
Muito cedo. Meu primeiro livro, “O Caminho Para a Distância”, teve uma ótima crítica. Eu tinha 19 anos quando o publiquei. Com 22 anos ganhei o Prêmio Nacional de Poesia — chamava-se Felipe de Oliveira e premiava todas as artes literárias. Ganhei uma disputa com o Jorge Amado, e por um focinho apenas de frente.
O fato de ter ficado famoso muito cedo foi bom ou ruim para você?
Para mim não foi muito legal, não, sabe. Me deu uma certa soberba, eu achava que era um poeta genial, essas coisas. Mas depois, uns dois ou três críticos me puseram no meu lugar, direitinho. Um deles foi o João Ribeiro, com relação a esse primeiro livro. Ele fez uma crítica muito boa, mas também muito severa, como quem diz: “Olha, menino, trabalhe mais com o verso livre, os seus sonetos não são muito bons”. Outro foi o Manuel Bandeira, que fez uma crítica bastante severa. Finalmente, quando ganhei o Felipe de Oliveira, o Otávio Tarquínio de Sousa escreveu também um rodapé muito bom, me colocando em minha devida posição. O Mário de Andrade, igualmente, me deu umas podadas muito bem dadas. Isso tudo me ajudou muito.
Na época você recebeu bem essas críticas?
Não recebi muito bem, não. Recebi mal, sabe. Porque, além do mais, havia todo o grupo do Otávio de Farias que me incensava. Para eles, era assim como se eu fosse o poeta que todo mundo esperava. Era o grupo da faculdade de Direito. Essas coisas me subiram um pouco à cabeça. Mas com aquelas críticas, a própria vida, a experiência com o conhecimento maior dessas pessoas, aí eu comecei a me situar. Processou-se também uma evolução política muito grande. Eu tinha sido formado para ser um intelectual de direita. Mas em 1942 aconteceu uma coisa muito importante em minha vida, que foi a vinda ao Brasil do escritor americano Waldo Frank. O José Olympio ofereceu um coquetel a ele e todos os escritores compareceram. Começamos a conversar e, lá pelas tantas, ele me confessou que achava coquetel de intelectuais uma coisa chatíssima e perguntou se não podíamos sair por aí. Saímos, era dia de São Jorge e eu levei o Waldo para ver as putas do Mangue. Havia um delírio lá, ele ficou impressionadíssimo. Aliás, a origem da minha “Balada do Mangue” foi esse dia. Depois eu o levei à favela do Pinto, aquela que havia no Leblon. Hoje eu não faria mais uma coisa dessas, não há condições. Mas foi tudo bem, ficamos lá numa tendinha, pagamos umas cervejas para os crioulos e eles tocaram para nós. Ele achou tudo ótimo, queria mesmo era ver esses ambientes e fugir das cerimônias oficiais. Daqui ele foi para a Argentina, acabou se envolvendo em política lá — era um socialista, mas com uma grande dose de filosofia hindu, bastante maluco. Era um judeu, muito amigo do Hemingway e do Chaplin. Na Argentina, um grupo de fascistas aplicou-lhe uma tremenda surra e ele ficou três meses no hospital. Depois, voltou ao Brasil e pediu ao Oswaldo Aranha, o chanceler da época, que eu fosse indicado para acompanhá-lo na viagem que faria pelo interior do país. Eu ainda não era do Itamaraty, mas o Aranha sabia que eu ia fazer o concurso para ingressar na carreira diplomática e me designou para ciceronear o Waldo. Para mim, a viagem foi maravilhosa, escutei histórias fantásticas dele, inclusive a de quando foi martirizado pela Ku Klux Klan. Foi a primeira vez que andei armado em minha vida, porque chegou a notícia de que uns tiras argentinos tinham vindo matá-lo no Brasil.
Até essa época você era bastante católico e místico, não?
Não era tão católico, não, mas era um cara muito mistificado, não só pela formação, mas também pelo grupo que orientava, sobretudo o Otávio de Faria. Eram todos caras de direita, muitos haviam aderido ao integralismo. Não sei como consegui me safar disso. Acho que foi meu lado de moleque de praia que reagiu na hora certa. Mas essa viagem com o Waldo Frank representou para mim, em um mês, uma virada. Saí um homem de direita e voltei um homem de esquerda. Foi o fato de ter visto a realidade brasileira, principalmente o Nordeste e o Norte, aquela miséria espantosa, os mocambos do Recife, as casas de habitação coletiva na Bahia, o sertão pernambucano, Manaus. A barra me pesou mesmo.
Essa virada se manifestou em sua obra?
Logo em seguida, porque aí eu já tivera também a experiência inglesa. No Brasil, pouca gente havia tido essa experiência com exceção de Gilberto Freyre, que também estudou em Oxford. Para mim, a leitura dos poetas ingleses foi muito importante, especialmente no sentido de certa simplificação e desmistificação e todo aquele arcabouço aristocrático, metafísico. Veio tudo por água abaixo.
E quando você começou a fazer música?
A música começou mesmo na década de 1950, quando voltei de meu primeiro posto diplomático no exterior, em Los Angeles. Agora, eu sempre fazia minhas músicas, antes, mesmo sozinho, mas sem nenhum intuito de editar ou ver cantar. Aos 15 anos tive uma experiência interessante: eu me liguei a uma dupla vocal que havia aqui, chamada Irmãos Tapajós, e comecei a compor com eles. Fizemos várias músicas, das quais duas tiveram muito sucesso. Uma era um foxtrote brasileiro, chamado “Loura ou morena” (que foi regravado há uns 10 anos), e a outra era uma “berceuse”, “Canção da amante”. Foi o primeiro dinheiro que ganhei em minha vida, produzido por essas músicas.
Quando você foi exonerado do Itamarati, em 1968, houve alguma alegação específica?
O Otto (Lara Resende) sabe de uma história muito engraçada que aconteceu: quando o decreto veio de Brasília, assinado pelo presidente Costa e Silva, o despacho dizia: “Ponha-se esse vagabundo para trabalhar”. Aí, dizem que o Magalhães Pinto botou a mão na cabeça e chamou o Otto imediatamente, comentando: “Ih, isso vai dar um barulho dos diabos. Escreve um arrazoado aí para mandarmos para Brasília”. O Otto escreveu e, por isso, o despacho não se tornou público. Mas a exoneração veio de qualquer maneira. O que para mim foi ótimo, porque eu já não aguentava mais aquilo, mas tinha um problema moral devido aos filhos, pois com 24 anos de carreira eu estava mais ou menos próximo da aposentadoria. Tinha certo medo de jogar aquilo tudo pra o alto. Mas quando me livraram desse problema moral, fiquei muito satisfeito.
Voltando à música: você teve parcerias históricas. Por que lá pelas tantas, a parceria acaba?
É como um casamento, sabe. É parecido. Acho que há um desgaste. Além disso, no tempo da bossa-nova, por exemplo, havia milhares de compositores fazendo música, e apenas uns poucos letristas. De maneira que eu não chegava para as encomendas: era o Tom, o Baden Powell, o Carlinhos Lyra. Depois, na geração 1963, pintaram o Edu Lobo, o Francis Hime. Tanto assim que eu sou um dos pouquíssimos compositores brasileiros que atravessou essas gerações todas. Eu fiz música com o Pixinguinha, o Ary Barroso, com o pessoal da geração do Antônio Maria, o Paulinho Soledade; depois peguei o Tom, o Baden, o Carlos Lyra, o Edu, o Francis e, em 1969, o Toquinho. E mesmo com caras mais jovens que o Toquinho eu já fiz música, como o Eduardo Souto Neto, o João Bosco.
Com quais parceiros você acha que houve mais criatividade?
Com o Tom, sobretudo, mas também como o Carlinhos Lyra e o Baden. O Baden tem uma produção muito boa, e foi ele quem me introduziu o elemento africano, o que não havia antes na bossa-nova — eram todos brancos, arianos.
O que você acha das críticas que o Tinhorão faz à bossa-nova?
Aquilo é burrice total do Tinhorão. É o negócio dos guarda-costas do samba. Como existe também, aliás nos Estados Unidos, com relação ao jazz. Lá tem cara que acha que a música só é jazz se for tocada com aquelas cornetas dos confederados. Se não for, não é puro. E tem que ter também a tábua de lavar roupas (washboard) verdadeiras, para marcar o ritmo. É muito sectarismo. Embora seja um excelente pesquisador, o Tinhorão tem esse lado insuportável.
Você acha que a influência do jazz foi boa para a bossa-nova?
Acho que foi uma influência muito boa. No samba tradicional, os instrumentistas não improvisavam, em geral as harmonias eram rígidas, as formações eram standard. Com a influência do jazz, abriu tudo isso, você podia introduzir qualquer instrumento num conjunto de samba, os instrumentistas improvisavam, as harmonias melhoraram muito e se enriqueceram, os instrumentistas tornaram-se excelentes e conheciam profundamente seus instrumentos, como é o caso de Baden e Tom. A influência foi benéfica porque houve uma descaracterização de nossa música. O samba estava sempre presente na bossa-nova. Além disso, a bossa-nova trouxe mais alegria e bom humor à nossa música, que andava muito voltada para a tristeza, a dor de corno, a fossa, naquela época do Antônio Maria. Com a bossa-nova a coisa ficou mais sadia, mais otimista, os sentimentos eram mais de comunicação, mais legais.
Depois da bossa-nova, o que houve de mais importante na música popular brasileira, em sua opinião?
Da chamada geração de 1963, tivemos dois nomes importantes, que são o Francis Hime e o Edu Lobo, o primeiro mais urbano, o segundo pesquisando coisas de Pernambuco. Depois veio o Milton Nascimento, pesquisando a toada mineira. O que se perdeu foi aquela organicidade que havia no movimento da bossa-nova.
E os baianos, Caetano e Gil?
Os baianos já são outro esquema, um negócio mais próximo da geração dos Beatles. Eles quiseram misturar esse troço todo, fizeram o tropicalismo, rock e samba. Acho que os dois são compositores muito bons. Talvez eu goste mais das coisas iniciais deles, embora ache que até hoje continuam a fazer bons trabalhos.
E o Chico Buarque?
O Chico eu acho fora de série, realmente. Esse tem aquela estrela, um talento que não pode ter mais tamanho. E o Chico é bom de letra, é bom de música, sabe cantar. Tem tudo, o cara. São uns poucos casos isolados que existem na música brasileira — um Noel, um Caymmi, um Chico, que se distinguem muito.
O que você acha desse debate que tem havido atualmente nos meios artísticos brasileiros, com a cobrança de definições políticas por parte de artistas pelas chamadas patrulhas ideológicas?
São pequenas desavenças ideológicas para as quais eu não dou a menor importância. Acho uma burrice o artista ser engajado politicamente e fazer uma música ruim — isso não tem o menor valor. O que adianta você ser o maior comuna e fazer sambas ruins? Aí eu acho que seria preferível ser alienado e fazer música boa. Acho que o engajamento político o cara só deve ter quando aquilo é tão importante para ele que passa a ser sua própria razão de existir, ele não pode viver fora daquilo. É um compromisso que assume consigo mesmo e com a sociedade, e ponto. Eu tenho um envolvimento político bastante grande, mas nunca o expressei em minha poesia, exceto quando surgiu como uma coisa válida, como em “Operário em construção”, “Os barões da terra” e “Mensagem à poesia”. Mas são bons poemas. Eu fiz também muita coisa política que era uma merda e joguei fora.
Como foi seu encontro com Deus e depois seu desencontro, seu desencanto?
Bom, o encontro foi normal: família católica, colégio de padres, aquele negócio de confessar aos domingos, de comungar. Mas acho que a vocação para o pecado era maior. As confissões eram sempre as mesmas: “Bati três esta semana, bati quatro”. Os castigos também eram os mesmos, de modo que aquilo acabou me cansando, me aporrinhando. Mas eu me meti a católico porque toda aquela fase de direita era muito ligada ao problema de Deus, principalmente por causa da influência do Otávio de Faria. Ele era aquele cristão dramático, lia muito Pascal, Claudel, os filósofos sofredores, me deu os primeiros livros para ler. Até hoje eu tenho uma grande admiração e estima por ele, embora as divergências ocorridas fossem graves demais para permitir que mantivéssemos um relacionamento estável. Mas gosto muito dele, quero um grande bem a ele. Depois a vida foi em frente, me liguei muito ao Bandeira, Dru­mmond, Pedro Nava e outros, que tinham uma consciência cristã, mas não levavam aquilo como um cartaz na testa. Alguns eram francamente agnósticos. De toda essa mistura nasceu um desencanto, um desinteresse que acabou sendo total. Eu não acreditava mais.
Hoje você não tem mais qualquer preocupação com o problema de Deus ou de religião?
Num plano assim de vida, não. Restou talvez certa religiosidade, própria de meu temperamento. Por exemplo, eu me interesso por candomblé, certas superstições. Isso é sinal de que tem algum fogo na cinza. Mas aqui, na cuca, não tenho mais grandes indagações. Ao mesmo tempo, me recuso a elas um pouco. Não me interesso mais por coisas que não sei explicar.
Você andou muito metido com candomblé na Bahia. Você acredita mesmo nisso?
Eu prefiro acreditar do que não acreditar, mas realmente não acredito. Quando penso de modo puramente cerebral, não acredito. Deixei também de fazer aquele gênero de indagações, olhar para o céu e perguntar: “Onde está Deus? Afinal alguém fez esta merda toda, não foi?” Mas jamais vou ter respostas a essas perguntas, a não ser talvez depois da morte. Mas também não sei o que há do outro lado, de modo que não penso mais nessas coisas. Além disso, à medida que fui perdendo a religiosidade e o misticismo, o ser humano cresceu muito em mim, tomou conta de tudo. O que me interessa hoje é gente.
E a morte?
Bem, a morte sempre me preocupou, e ainda me preocupa. Mas hoje, de uma maneira muito mais simples, como uma espécie de saudade da vida, uma pena de deixar isso aqui com todas as cagadas e confusões, porque sempre vivi dentro de uma grande plenitude. Sobretudo por causa das mulheres: tenho muita pena de deixá-las. Sei que a velhice pode ser uma coisa legal, mas não gosto da ideia de envelhecer porque perderia tudo o que as mulheres ainda podem me dar.
Você nunca conseguiu, ou quis, viver sozinho, não?
Não. Eu aceito a solidão bem, mas não por muito tempo. Realmente, para mim, a mulher é um ser indispensável. Não posso viver sem mulher. Houve uma época de minha vida que achei que esse negócio havia terminado, que as coisas não estavam dando certo, que talvez fosse melhor eu me isolar e parar de brincar com esse bicho tão perigoso. Mas não deu. Não deu mesmo. Eu sou um namorador inveterado.
Você vê muita diferença entre o Vinícius dos 18 anos e o Vinícius de hoje?
Não vejo muita diferença entre os meus sonhos de ontem e de hoje, entre certa parte lúdica que sempre tive, sempre em fermentação. Acho que hoje eu sonho mais do que sonhava antigamente. Quer dizer, a viagem é permanente, não é uma coisa de um dia ou um momento, com paradas e fases de descrença. Não sou de ter fases de descrença.
Você está satisfeito consigo mesmo?
Bem, eu gostaria de mudar algumas coisas de mim, mas de um modo geral não sou um sujeito de jogar fora. Tenho uma estima por mim bastante grande, sabe. Uma estima que vem da constatação das coisas que fiz, das pessoas que eu amei, dos amigos que tive e tenho. Considero tudo conquistas consideráveis, no cômputo geral. Às vezes tenho a imodéstia de dizer a mim mesmo: “Você vale a pena”. Isso sem nenhum sentimento de vaidade. Não tenho qualquer preocupação com a glória literária. Se tivesse essa preocupação, eu trataria muito melhor das minhas coisas. A publicação de antologia dos meus poemas pela Aguilar (editora) foi um dos partos mais difíceis e demorados que já houve, tudo por despreocupação minha. Hoje em dia tenho uma preguiça enorme de trabalhar, escrever.
Você se tornou mais exigente?
Muitíssimo mais exigente. Hoje eu leio muito pouco, porque a maioria das coisas publicadas me parece ruim. Atualmente, quando encontro um escritor que me interessa, para mim é uma festa. Mas, em geral, mal consigo passar das primeiras quatro ou cinco páginas.
Qual era a visão que você tinha do Brasil quando começou a fazer poesia?
Eu achava o Brasil um país ideal, realmente, e essa visão durou até lá pelos meus 40 anos. O primeiro choque que o Brasil me provocou foi quando voltei dos Estados Unidos, em 1951, e vi aqueles bares americanos que começavam a proliferar, o bar vermelhinho desaparecendo, as pessoas comendo em pé nas lanchonetes, a penetração do estilo de vida americano.
E hoje, como você vê o Brasil?
Eu digo sempre uma coisa: tenho uma grande fé no Brasil. Uma fé meio estúpida, meio instintiva, por causa do povo. Realmente, a minha fé no Brasil não vem das instituições, nada disso. Pelo contrário, acho que elas têm sido extremamente negativas para o país. Agora, eu acredito neste povo. E cada vez que eu volto ao Brasil, de alguma viagem ao exterior, essa crença aumenta, compreende. E como essa crença é um bem gratuito, eu prefiro tê-la a não tê-la.
Que tipo de sociedade você gostaria que houvesse no Brasil?
Acho que uma volta a uma democracia relativa já seria muito bom! O povo ter liberdade — isso me parece fundamental. Quer dizer, ver as pessoas felizes, contentes, com as caras alegres, sem angústia. E, sobretudo, haver a realização, ou pelo menos um arremedo de realização, de uma organização social mais justa, com uma melhor distribuição da riqueza, uma reforma agrária legal. Isso eu gostaria de ver: os problemas sociais mais graves resolvidos ou, no mínimo, colocados num bom caminho. Isso já me daria um pouco de paz, de calma, de uma tranquilidade bastante maior do que aquela que eu tenho hoje. Eu não consigo me destacar do problema humano.
Já falamos de seus casamentos com parceiros musicais. E com os seus casamentos de verdade, quantos foram?
Estou agora no meu nono casamento.
Há quanto tempo?
Há três meses. A Gilda vivia na Europa, era estudante lá. É uma moça ótima, maravilhosa. Eu tinha saído de um casamento também muito bom, muito feliz, com aquela moça argentina, a Martinha. Mas ela estudava na Argentina, o que nos obrigava a viver numa verdadeira ponte aérea. Não deu para continuar.
Você diria que suas mulheres influenciaram sua obra?
Bom, todas foram premiadas, né. Todas ganharam poemas, canções, uma coisa ou outra.
Houve alguma que tivesse exercido uma influência maior sobre o nível de seu trabalho?
Nesse sentido, acho que a influência maior foi a Tati, minha primeira mulher. Quando me casei com ela, eu estava começando a me desgrudar de minhas influências direitistas. Havia ainda muita confusão mental em mim, muita influência da minha formação, muito colégio. E a Tati já era uma pessoa bastante progressista. Mas, no começo, ainda quebrávamos um pau firme em discussões políticas. Depois, o relacionamento melhorou em todos os sentidos, inclusive no político, porque houve também aquela minha viagem pelo Brasil.
Seu casamento mais longo durou quanto tempo?
Onze anos. Foi exatamente esse, o primeiro, com a Tati.
E o mais curto?
O mais curto durou um ano.
Você mantém boas relações de amizade com as ex-mulheres, ou é do gênero que rompe relações?
Com a maioria, mantenho boas relações; mas não com todas. O relacionamento foi pior com as que engrossaram durante a separação, especialmente com duas que engrossaram mesmo, para valer.
Com sua experiência, o que acha mais fácil: conquistar e casar-se com uma mulher, ou separar dela?
O difícil é separar. Casar é facílimo. Separar é sempre uma experiência dolorosa, porque são duas pessoas que vivem juntas, amam juntas, têm aquele contato diário. Isso tudo forma uma espécie de hábito, uma coisa que não é mecânica — quando existe amor, é claro. E, se há amor, é sempre muito dolorosa a separação.
Como foi sua iniciação sexual? Poética, traumática, normal?
Foi o normal de menino da minha idade, de seus 13 anos. Foi na rua Rio de Janeiro, em Belo Horizonte. Tudo providenciado por um tio meu. Foi com uma putinha, né, uma menina de 14 anos ou 15.
E correspondeu às suas expectativas?
Ah, correspondeu plenamente. Foi uma experiência muito boa. Depois o filho da puta inventou que eu tinha deixado a menina grávida. Eu tinha aquela ingenuidade de garoto e acreditei piamente; fiquei apavorado. Ele era um homem de muito mais idade, andava com um grupo de boêmios, era um seresteiro. E me dizia que eu ia ser obrigado a me casar.
E como foi aquela história de um amor fulminante que nasceu numa sala de museu, entre você e uma jovem loura que se viam pela primeira vez?
Era uma exposição de Portinari. A menina era muito interessante, uma graça. Eu dava uma olhada num Portinari e outra nela. E ela também. Eu sei que viemos de lados opostos e, quando a gente se encontrou, foi até um troço emocionante. Eu falei assim: “Eu te amo sabe?” Ela começou a chorar. Aí, pronto. Ela estava noiva, mas acabamos tendo um romance que durou um ano mais ou menos.
Quais os principais planos para o futuro?
Meu plano principal, no memento, é fazer essa moça feliz, a Gilda. Quero aprimorar esse relacionamento conjugal até ele se tornar uma coisa muito sólida. Para mim, seria um terrível desgaste ter de me separar novamente e procurar outra mulher. Inclusive estou chegando a uma idade em que isso fica cada vez mais difícil. Então, gostaria que a Gilda fosse realmente a última. E quando falo última, falo: “Que ela fosse a primeira”. A Gilda tem as qualidades para isso. Naturalmente, vai chegar um dia em que teremos de nos separar por problemas de idade. Mas quanto a esse problema, não posso fazer nada. É um problema da vida, sou mito mais velho que ela, uma moça bastante jovem. Mas como sou um sujeito muito dialético, procuro resolver os problemas na hora. Não penso muito neles antes que pintem.
Além desse plano principal, você tem outros?

Bem, estou um pouco saturado de shows, excursões, música. Vou terminar esses dois livros de poesia e procurar viver minha vida dentro de uma felicidade possível. Se você me perguntar se sou um homem feliz, eu vou dizer que não sou. Não sou porque não sei ser feliz dentro de uma sociedade tão injusta como a nossa. Esse é um problema que me afeta diretamente, me afeta não só como homem de esquerda, mas também como homem, simplesmente, como um ser humano. Então, esse ônus eu vou carregar pelo resto de minha vida, não há saída, porque não tenho a menor esperança de ver as coisas se normalizarem e se equilibrarem ainda no meu tempo.

Escola Panamericana de Arte e design abre pela primeira vez seu catálogo


Catálogo - que celebra os 50 anos da faculdade - reúne obras de artistas como Mira Schendel e Oswald de Andrade
Meio século de arte. Estilos, imagens, contextos e repertórios diferentes registraram muito da história nacional e, consequentemente, da sociedade como um todo. Parte desse material foi preservada pela Panamericana Escola de Arte e Design durante cinco décadas. Agora, o público pode conferir tal coleção gratuitamente a partir de 24 de outubro.


O catálogo da instituição, composto por esculturas, pinturas e desenhos, apresenta 60 trabalhos de 44 artistas como César Baldaccini, Antoni Tapies, Nicolas Vlavianos e Oswald de Andrade, passando do realismo ao expressionismo. Quem quiser conferir as imagens pode comparecer à unidade Groelândia, de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h e aos sábados das 9h às 12h.

Festival de Sapateado Brasil International Tap Festival – SP


Entre os dias 31 de outubro e 3 de novembro, a cidade de São Paulo se transformará na capital nacional do sapateado. O Brasil International Tap Festival é o mais importante evento do gênero no país.

Organizado pela bailarina e coreógrafa Chris Matallo, o evento chega a sua 14ª edição trazendo ícones do sapateado nacional, como Ana Paula Venezianni, Luizz Baldijão, Tribo do Tap Uai Q Dança e o maior nome do tap dance atual, Jason Samuels Smith, este último vencedor do prêmio Emmy Awards pela coreografia na abertura de Telethones, programa de TV do comediante Jerry Lewis.

Uma intensa programação de espetáculos de sapateado e aulas para iniciantes e profissionais toma conta da sala de aula da Só Dança e do palco do Teatro do MuBE Nova Cultural. O Brasil International Tap Festival é tradicional em trazer profissionais com linguagens e pensamentos diversos, fato que colabora com a construção de um pensamento mais crítico do profissional envolvido com a arte do sapateado.

Trata-se de um grande encontro entre estudantes e professores, que durante as aulas e oficinas agendadas presenciarão ensinamentos de alto nível. É também uma oportunidade única para o público, que tem a chance de assistir apresentações de profissionais que fazem a diferença no show business da dança no Brasil e no exterior.

SERVIÇO:
Brasil International Tap Festival
MuBE Nova Cultural
Rua Alemanha, 221, Jardim Europa, tel. (11) 4301-7521
De 31 de outubro a 3 de novembro

De R$ 15,00 a R$ 50,00