quarta-feira, 2 de abril de 2014

Inscrição aberta para mais de 10.000 bolsas de estudos em todo Brasil


A iniciativa faz parte do “Programa Escola do Amanhã“, que integra alunos, escolas e professores da rede pública de ensino. Além de bolsas de estudos  aos alunos, o Escola do Amanhã irá conceder cursos para docentes e sortear um laboratório de informática entre as instituições de ensino participantes.

Grupo Prepara, detentor das marcas Prepara Cursos e Ensina Mais Complemento Escolar, acaba de lançar o Programa Escola do Amanhã, por meio do qual irá conceder a alunos de escolas públicas mais de 10 mil bolsas de estudos em todo o Brasil.

O projeto também beneficia os professores das escolas participantes, que terão a oportunidade de fazer um curso on-line gratuito com dicas de informática e novas tecnologias. As instituições de ensino também serão contempladas e, ao se cadastrarem no Programa, irão concorrer a um laboratório de informática.

Saiba mais sobre o Programa Escola do Amanhã

Para participar do programa, maior rede de cursos profissionalizantes do país, os jovens devem ser indicados por suas escolas. Ao serem selecionados, os estudantes receberão bolsas de estudos de até 100% do valor dos cursos oferecidos nas mais de 600 unidades da Prepara Cursos.

As escolas públicas de ensino fundamental I e II parceiras da Ensina Mais Complemento Escolar poderão participar do Programa indicando um aluno com bom desempenho acadêmico para ser adotado pela unidade Ensina Mais mais próxima. A rede irá disponibilizar a cada uma dessas crianças uma bolsa de estudo integral para todas as fases do complemento escolar de Português ou Matemática.

Inscreva-se


Aos interessados,  basta o diretor da escola efetuar o cadastro no site e responder à pergunta: “Por que minha escola merece um novo laboratório de informática?”. A escola que tiver a melhor resposta ganhará o prêmio.

Ocupação Zuzu


No dia 1º de abril, o Itaú Cultural inaugura a 17ª edição do projeto Ocupação, desta vez homenageando a estilista Zuzu Angel.

Ocupação Zuzu tem curadoria de Hildegard Angel – jornalista e filha da designer de moda –, do Itaú Cultural e de Valdy Lopes Jn, que também assina a cenografia da exposição. Quatro andares do instituto serão dedicados à mostra, com documentos, cartas, vestidos e referências que faziam parte do processo criativo e da vida pessoal da estilista.

A partir do dia 3 de abril, o público também pode conferir performances no espaço expositivo dirigidas pela fashion artist Karla Girotto e o ciclo de filmes Moda e Política no Cinema Brasileiro, com documentários e ficções que recuperam o contexto sociopolítico da ditadura militar e tematizam a repressão que vitimou Zuzu e seu filho Stuart Angel.

No site do Itaú Cultural você pode conferir as matérias completas sobre a Ocupação Zuzu e a mostra de filmes.


Ocupação Zuzu
terça 1 de abril a domingo 11 de maio
terça a sexta das 9h às 20h (permanência até as 20h30); sábado, domingo e feriado das 11h às 20h
[no dia 1º de abril a mostra pode ser visitada das 9h às 17h]
Pisos 1, térreo, -1 e -2

Entrada franca
[livre para todos os públicos]

Performance no Espaço Expositivo
de quinta a domingo, das 14h às 20h, durante o período da exposição

Mostra de Filmes Moda e Política no Cinema Brasileiro: exibição dos filmes Zuzu Angel, Vala Comum, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, Diário de uma Busca, Hoje, Todas as Mulheres do Mundo, A Memória que Me Contam e da série crônicasNÃOditas
quinta 3 a domingo 5 de abril
sessões às 15h, às 17h e às 20h
[lançamento de crônicasNÃOditas: 5 de abril, às 19h]
Sala Itaú Cultural – 249 lugares

Entrada franca – ingressos distribuídos meia hora antes de cada sessão
[confira a programação completa na matéria]



Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 Paraíso São Paulo SP [próximo à estação Brigadeiro do metrô]


informações 11 2168 1777 | youtube.com/itaucultural | twitter.com/itaucultural | facebook.com/itaucultural | atendimento@itaucultural.org.br

13 livros grátis de Castro Alves


Antônio Frederico de Castro Alves  foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.

No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.

Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.

Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.

Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.

Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.

Lista de livros:

A Boa Vista
A cachoeira de Paulo Afonso
A canoa fantástica
Espumas Flutuantes
O Navio Negreiro
O Segredo
O Nadador
O laço de fita
O hóspede
No monte
No barco
Desespero
Os Escravos

Acesse: http://canaldoensino.com.br/blog/13-livros-gratis-de-castro-alves

terça-feira, 1 de abril de 2014

Os dilemas de uma sociedade em Escudo de Palha


Até onde os princípios éticos e morais devem valer e o pragmatismo deve começar a prevalecer? Existe um ponto em que valores importantes devem ser postos de lado e uma atitude mais lógica deva ser tomada?

Este debate é antigo e recentemente veio à tona apresentado de uma forma extremamente crua e atualizada no filme Escudo de Palha (Wara no tate, 2013), do polêmico diretor japonês Takashi Miike, responsável pelo extremamente violento Ichi, o assassino.

Neste obra, o diretor retrata um problema grandioso exposto em um roteiro muito bem desenvolvido. A história aborda Kyomaru (Tatsuya Fujiwara), um assassino psicopata que estupra e mata crianças. Após violentar e tirar a vida da neta do bilionário Ninagawa (Tsutomu Yamazaki), uma série de anúncios encomendados pelo empresário aparece em diversos meios de comunicação oferecendo um recompensa de um bilhão para quem matar o bandido, não importa de qual maneira. Kyomaru se vê então em uma enrrascada quando as pessoas na rua começam a persegui-lo e sua única opção de sobrevivência é entregar-se à polícia.

Após ele se entregar em uma cidade de interior, uma equipe de policiais é designada para transportá-lo a Tóquio, onde será julgado. O grupo é liderado pelo inquebrantável Kazuki Mekari (Takao Ohsaw), que demonstra desde o início sua disposição em levá-lo à salvo, junto à igualmente fiel Atsuko Shiraiwa (Nanaki Matsushima) e outros três.

O que se tem daí em diante é um verdadeiro declínio de valores sociais quando um grande número de pessoas tenta executar Kyomaru para receber a recompensa. Primeiramente, uma enfermeira tenta envenená-lo. Na saída, um mecânico é preso ao sabotar o avião em que o criminoso seria levado. A alternativa é levá-lo em um comboio por terra, que logo é atacado por um caminhoneiro de forma suicida. Em meio ao caos do acidente, um grupo de policiais que compõe a escolta investe, sendo detido por Mekari. Até o sequestro de uma criança para ser trocada por Kyomaru acontece.

Aos poucos o clima de insegurança e de desconfiança toma conta dos cinco policias da equipe. Por onde andam aparecem pessoas dispostas a tudo para obter a recompensa. Como também há uma recompensa para quem denunciar a posição do assassino durante seu transporte, surge a desconfiança entre os próprios responsáveis por sua guarda por sempre serem localizados.

A missão de levá-lo a julgamento acaba provocando imenso caos pelo Japão, contando com vítimas fatais. A pergunta que se faz é: vale realmente manter a vida de alguém como ele? Durante todo o filme, Kyomaru se mostra uma pessoa desprezível. Ele é um psicopata plenamente disposto a matar sem nenhum remorso. Então toda vez em que algum incidente mais grave ocorre e inocentes morrem, passa pela cabeça do espectador se simplesmente executá-lo ou então deixá-lo morrer não seria a melhor das opções.

A história envolve os mais variados tipos de pessoas, como um homem desesperado com dívidas, um grupo de mafiosos dentro de um metrô e inclusive o pai de uma vítima de Kyomaru, desesperado ao se deparar com um esforço tão grande em salvar o psicopata e não haver tal compromisso para cuidar de sua filha. As circunstâncias variam, mas sempre se encontram no ponto comum sobre dever ou não preservar a vida do bandido.

Um dos aspectos abordados pela obra não é apenas a ambição humana, mas as próprias consequências de fatores econômicos sobre as pessoas. Especificamente, o impacto da crise de 2008 sobre a sociedade japonesa, por todas as pessoas que tentam matar Kyomaru estarem com enormes problemas financeiros. Esta é uma das grandes sacadas do filme, em tirar a ótica macro usualmente apontada nos noticiários da televisão e levar o foco para os indivíduos que são atingidos pelo caos reinante nas finanças.

O filme fez parte da mostra do Festival de Cannes em 2013, onde não obteve boa recepção. Muito provavelmente isso ocorreu pelo fato de Escudo de Palha não ter maiores ambições do que ser uma boa história. Não há grandes impactos visuais exceto algumas cenas de ação. O filme possui momentos de tensão, sendo o ponto alto quando Mekari coloca a arma na boca de Kyomaru e reflete se não deveria matá-lo. O roteiro segue de forma bastante linear, sem nenhuma variação narrativa. Um dos pontos altos na história é o detalhamento dos personagens, muitos deles possuindo um grau de profundidade em coerência com a história.

Em um mundo que começa a absorver os efeitos da crise econômica e cola os cacos de suas consequências, Takashi Miike lança um pouco de gasolina no fogo, propondo um olhar mais humano sobre os indivíduos afetados enquanto as medidas tomadas se focam em grandes bancos e instituições. Ao mesmo tempo, nos mostra o quão difícil pode ser ter de tomar a decisão correta, mesmo quando agir pela forma mais ética e mantendo algo importante - a dignidade de uma nação inteira - pode terminar com um resultado negativo.

O diretor acerta em cheio em sua proposta. O filme traz o espectador para dentro de todos este dilemas, variando conforme suas expectativas prévias a ficar de um lado ou outro em suas opiniões quanto ao destino de Kyomaru. Talvez para o público brasileiro, acostumado com um Estado simplesmente ausente e com altos índices de violência rodeando o dia a dia, opinar pela execução sumária seja uma opção fácil. E é essa a outra visão que Escudo de Palha pode nos passar: que a construção de valores pode fundamentar uma sociedade, e que zelar por eles, mesmo que a alto custo, pode ser o que a sustentará de pé.

Guilherme Carvalhal